Abril Laranja: Cobasi alerta para ações de crueldade animal que fogem do óbvio

Maus-tratos nem sempre são evidentes e podem causar sofrimento físico e/ou psicológico em pets 

No mês de abril, a Cobasi irá intensificar seus esforços como parte do movimento Abril Laranja, uma iniciativa idealizada pela Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais (ASPCA). Este movimento tem como objetivo principal a conscientização sobre os frequentes casos de maus-tratos aos animais, incluindo cães, gatos e outras espécies vulneráveis. 

Como uma empresa comprometida com a causa animal, a Cobasi, por meio da sua iniciativa social Cobasi Cuida, está ampliando a atuação para chamar a atenção da população para um aspecto crucial e muitas vezes negligenciado: os tipos de maus-tratos que podem não ser imediatamente evidentes..

Conforme a Lei Federal 14.064/2020, que proíbe maus tratos à animais, é possível tomar ciência que além de ser um ato que não condiz com a sociedade, com o bem-estar animal e com o conceito de saúde única, quem aplica maus tratos, pode ser preso hoje em dia. E é fundamental que todo e qualquer mau trato seja denunciado para órgãos competentes, como Polícia Ambiental, Polícia Federal, Ibama, entre outros. 

Para entender melhor sobre maus tratos, é preciso compreender alguns conceitos, como bem-estar animal, que é a condição fisiológica e psicológica na qual o animal é capaz de adaptar-se comodamente ao entorno, podendo satisfazer suas necessidades básicas e desenvolver suas capacidades, conforme sua natureza biológica. 

Refere-se àquele que tem boa saúde, e que pode expressar seu comportamento natural, sem sentimentos negativos. Animais são capazes de sentir emoções, como medo, ansiedade, felicidade e sofrimento, por isso são chamados de sencientes. 

“Logo, quando não conseguimos fornecer insumos que favoreçam o animal a ficar bem, como apetrechos, alimentos, condições ambientais e sociais, podemos pensar em maus tratos. Ainda, animais que ficam enfermos, ou que precisam de tratamento cirúrgico, e o ser humano responsável pelo animal, não forneça de maneira adequada os tratamentos, certamente o animal sofrerá e poderá ser enquadrado como maus-tratos”, explica Bruno Sattelmayer, Coordenador de Educação Corporativa da Cobasi. 

Para assegurar que os animais não passem por maus tratos, devemos considerar 5 Liberdades, apresentadas pela primeira vez em 1965, pelo Comitê Brambell, e aperfeiçoado pela Farm Animal Welfare Council – FAWC: 

LIBERDADE NUTRICIONAL – liberdade de fome e sede, com disponibilidade de água e de dieta que mantenha a saúde e o vigor; o alimento deve ser nutricionalmente adequado e direcionado para cada espécie, com a quantidade e frequência correta, além da água limpa e fresca. 

LIBERDADE DE DOR, LESÃO E DOENÇA – por meio de prevenção ou de diagnóstico e tratamento rápidos; é crucial pensar que animais ficam doentes, como nós seres humanos, e que privar o tratamento deles é cruel. Sempre busque auxílio de um médico veterinário. 

LIBERDADE DE DESCONFORTO – disponibilizar ambiente adequado; Abrigo, toca, cama, conforto, refúgio, local de descanso. É imprescindível pensar se este animal não passará frio, calor, ou ficará restrito em locais inadequados para sua morfologia. 

LIBERDADE PARA EXPRESSAR O COMPORTAMENTO NATURAL – fornecer espaço suficiente, instalações apropriadas e companhia adequada de animais da mesma espécie; Estímulos naturais/exercícios, voos pensando em aves, natação pensando em peixes, saltos, movimentação, roer, morder, descascar e selecionar. Certamente cada comportamento deve ser adaptado e ofertado para cada espécie animal. 

LIBERDADE DE MEDO E ESTRESSE – assegurar condições e manejo que evitem o sofrimento mental. Incompatibilidade entre espécies, ou seja, existem espécies de animais que não convivem em um mesmo espaço, barulhos que estressem estes animais, ruídos, manejo e excesso de população.

 

Muito além de atos de violência

É importante lembrar que os maus-tratos aos animais não se limitam apenas a atos de violência física. Eles englobam uma variedade de ações, muitas vezes realizadas de forma inconsciente, que podem causar sofrimento físico ou psicológico aos animais. Alguns desses comportamentos incluem:

  • Privar o animal de comida ou água; lembrando que a comida deve ser balanceada, de qualidade. Não oferecer restos de comida a um animal, e sim um alimento completo que nutra suas necessidades, e água sempre limpa. 
  • Falta de abrigo adequado; muito importante pensar que animais como cães e gatos sentem frio e calor, e que em alguns casos, o animal pode morrer, por falta de abrigo. 
  • Causar dor ou ferimentos; inadmissível que o ser humano cause dor, ferimento e sofrimento intencional ao animal, é algo que deve ser denunciado imediatamente. 
  • Não providenciar assistência veterinária quando necessário; existem casos que as pessoas levam os animais para ter a assistência veterinária quando o animal está muito mal, com quadros clínicos muito avançados, sentindo muita dor. Lembre-se, qualquer sintoma ou sinal anormal que seja observado no animal, ele deve ser encaminhado para um médico veterinário. 
  • Não oferecer um ambiente saudável e estimulante; brinquedos, alimentos variados, frutas e legumes permitidos, jeitos diferentes de oferecer alimento, brincadeiras, estímulos, desafios, passeios, ou seja, tudo que estimule o animal deve ser ponderado para que os animais se sintam bem. 

  • Deixar animais sem supervisão na rua; um exemplo clássico é o de gatos, que em nosso país é muito comum saídas de gatos das casas, para passeios noturnos, ou até mesmo por dias inteiros. Já é sabido que esta prática pode ocasionar brigas, acidentes, atropelamentos, contágio por doenças infecciosas e algumas até zoonóticas, que podem passar para humanos. Isso além de poder trazer sofrimento, em alguns casos reduz drasticamente a qualidade de vida e inclusive a expectativa de vida do animal. 
  • Manter animais presos em correntes (tirei a palavra “curtas”; sejam curtas ou longas, devemos desencorajar esta prática) ou espaços pequenos. Existem casos de animais que desenvolvem transtornos comportamentais devido a espaços pequenos, além de animais que não se desenvolvem fisicamente por causa de espaços pequenos. 
  • Promover atividades exaustivas ou violentas envolvendo animais; brigas, rinhas, exercícios que levam a exaustão podem causar doenças agudas ou crônicas, que causam sofrimentos terríveis para os animais, como exemplo danos irreversíveis para sistema locomotor ou neurológico.

“Como médico veterinário, penso que quando os animais estão sob responsabilidade de uma pessoa, de uma família ou da sociedade, é preciso compreender que estes animais possuem total direito ao bem-estar animal. É preciso, que nós, seres humanos, como parte desta sociedade tenhamos consciência de nosso papel, como fundamental para garantir este direito aos animais, e que com ações sociais, de engajamento e de muita conscientização, evitemos maus-tratos. A informação, de como cuidar de um animal, de como mediar afeto, de como prover saúde deve ser constante e disseminada ao maior número de pessoas possível”, completa Bruno. 

É importante ressaltar que todas essas ações configuram maus-tratos aos animais e são passíveis de punição legal conforme a Lei Federal nº 9.605/98, que prevê penas de detenção para os infratores, que já foi atualizada para a Lei Federal 14.064/2020. 

Frank Becerra/The Journal News

A Cobasi, contudo, não se limita apenas ao mês do Abril Laranja. Durante todo o ano, a empresa promove ações voltadas para garantir o bem-estar dos animais, abordando temas como guarda responsável, cuidados básicos e dicas para manter a saúde dos pets em todas as fases da vida. 

Como destaca Daniela Bochi, gerente de marketing da Cobasi, “Um dos objetivos do Cobasi Cuida é engajar a população com o bem-estar animal e, por isso, estamos dedicando o mês de abril para esclarecer o que são maus-tratos e como denunciá-los. É fundamental que todos se envolvam na luta contra a crueldade animal.”

Fonte: Cobasi

Publicado por

carmenguaresemin

Libriana, jornalista, escritora, assessora de imprensa, amante da natureza, em especial dos animais e, mais especialmente ainda, de gatos. Criei um blog em agosto de 2015: E De Repente 50. Pensei em um espaço onde poderia dar dicas de beleza, saúde, alimentação, gastronomia, moda e comportamento. Já em junho de 2018, pensei em separar deste primeiro os posts sobre animais. Assim, nasceu o Se Meu Pet Falasse. A intenção é compartilhar experiências, falar de saúde, alimentação, comportamento, adoção e direito animal. Além de falar do meu dia a dia com meus sete gatos. E, agora, em julho, nasce meu terceiro blog: Vivendo com a SII e a Intolerância à Lactose, voltado para quem tem esses problemas. Espero que gostem e que os textos ajudem a quem precisar. Obrigada!

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