Abril Laranja: Cobasi alerta para ações de crueldade animal que fogem do óbvio

Maus-tratos nem sempre são evidentes e podem causar sofrimento físico e/ou psicológico em pets 

No mês de abril, a Cobasi irá intensificar seus esforços como parte do movimento Abril Laranja, uma iniciativa idealizada pela Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais (ASPCA). Este movimento tem como objetivo principal a conscientização sobre os frequentes casos de maus-tratos aos animais, incluindo cães, gatos e outras espécies vulneráveis. 

Como uma empresa comprometida com a causa animal, a Cobasi, por meio da sua iniciativa social Cobasi Cuida, está ampliando a atuação para chamar a atenção da população para um aspecto crucial e muitas vezes negligenciado: os tipos de maus-tratos que podem não ser imediatamente evidentes..

Conforme a Lei Federal 14.064/2020, que proíbe maus tratos à animais, é possível tomar ciência que além de ser um ato que não condiz com a sociedade, com o bem-estar animal e com o conceito de saúde única, quem aplica maus tratos, pode ser preso hoje em dia. E é fundamental que todo e qualquer mau trato seja denunciado para órgãos competentes, como Polícia Ambiental, Polícia Federal, Ibama, entre outros. 

Para entender melhor sobre maus tratos, é preciso compreender alguns conceitos, como bem-estar animal, que é a condição fisiológica e psicológica na qual o animal é capaz de adaptar-se comodamente ao entorno, podendo satisfazer suas necessidades básicas e desenvolver suas capacidades, conforme sua natureza biológica. 

Refere-se àquele que tem boa saúde, e que pode expressar seu comportamento natural, sem sentimentos negativos. Animais são capazes de sentir emoções, como medo, ansiedade, felicidade e sofrimento, por isso são chamados de sencientes. 

“Logo, quando não conseguimos fornecer insumos que favoreçam o animal a ficar bem, como apetrechos, alimentos, condições ambientais e sociais, podemos pensar em maus tratos. Ainda, animais que ficam enfermos, ou que precisam de tratamento cirúrgico, e o ser humano responsável pelo animal, não forneça de maneira adequada os tratamentos, certamente o animal sofrerá e poderá ser enquadrado como maus-tratos”, explica Bruno Sattelmayer, Coordenador de Educação Corporativa da Cobasi. 

Para assegurar que os animais não passem por maus tratos, devemos considerar 5 Liberdades, apresentadas pela primeira vez em 1965, pelo Comitê Brambell, e aperfeiçoado pela Farm Animal Welfare Council – FAWC: 

LIBERDADE NUTRICIONAL – liberdade de fome e sede, com disponibilidade de água e de dieta que mantenha a saúde e o vigor; o alimento deve ser nutricionalmente adequado e direcionado para cada espécie, com a quantidade e frequência correta, além da água limpa e fresca. 

LIBERDADE DE DOR, LESÃO E DOENÇA – por meio de prevenção ou de diagnóstico e tratamento rápidos; é crucial pensar que animais ficam doentes, como nós seres humanos, e que privar o tratamento deles é cruel. Sempre busque auxílio de um médico veterinário. 

LIBERDADE DE DESCONFORTO – disponibilizar ambiente adequado; Abrigo, toca, cama, conforto, refúgio, local de descanso. É imprescindível pensar se este animal não passará frio, calor, ou ficará restrito em locais inadequados para sua morfologia. 

LIBERDADE PARA EXPRESSAR O COMPORTAMENTO NATURAL – fornecer espaço suficiente, instalações apropriadas e companhia adequada de animais da mesma espécie; Estímulos naturais/exercícios, voos pensando em aves, natação pensando em peixes, saltos, movimentação, roer, morder, descascar e selecionar. Certamente cada comportamento deve ser adaptado e ofertado para cada espécie animal. 

LIBERDADE DE MEDO E ESTRESSE – assegurar condições e manejo que evitem o sofrimento mental. Incompatibilidade entre espécies, ou seja, existem espécies de animais que não convivem em um mesmo espaço, barulhos que estressem estes animais, ruídos, manejo e excesso de população.

 

Muito além de atos de violência

É importante lembrar que os maus-tratos aos animais não se limitam apenas a atos de violência física. Eles englobam uma variedade de ações, muitas vezes realizadas de forma inconsciente, que podem causar sofrimento físico ou psicológico aos animais. Alguns desses comportamentos incluem:

  • Privar o animal de comida ou água; lembrando que a comida deve ser balanceada, de qualidade. Não oferecer restos de comida a um animal, e sim um alimento completo que nutra suas necessidades, e água sempre limpa. 
  • Falta de abrigo adequado; muito importante pensar que animais como cães e gatos sentem frio e calor, e que em alguns casos, o animal pode morrer, por falta de abrigo. 
  • Causar dor ou ferimentos; inadmissível que o ser humano cause dor, ferimento e sofrimento intencional ao animal, é algo que deve ser denunciado imediatamente. 
  • Não providenciar assistência veterinária quando necessário; existem casos que as pessoas levam os animais para ter a assistência veterinária quando o animal está muito mal, com quadros clínicos muito avançados, sentindo muita dor. Lembre-se, qualquer sintoma ou sinal anormal que seja observado no animal, ele deve ser encaminhado para um médico veterinário. 
  • Não oferecer um ambiente saudável e estimulante; brinquedos, alimentos variados, frutas e legumes permitidos, jeitos diferentes de oferecer alimento, brincadeiras, estímulos, desafios, passeios, ou seja, tudo que estimule o animal deve ser ponderado para que os animais se sintam bem. 

  • Deixar animais sem supervisão na rua; um exemplo clássico é o de gatos, que em nosso país é muito comum saídas de gatos das casas, para passeios noturnos, ou até mesmo por dias inteiros. Já é sabido que esta prática pode ocasionar brigas, acidentes, atropelamentos, contágio por doenças infecciosas e algumas até zoonóticas, que podem passar para humanos. Isso além de poder trazer sofrimento, em alguns casos reduz drasticamente a qualidade de vida e inclusive a expectativa de vida do animal. 
  • Manter animais presos em correntes (tirei a palavra “curtas”; sejam curtas ou longas, devemos desencorajar esta prática) ou espaços pequenos. Existem casos de animais que desenvolvem transtornos comportamentais devido a espaços pequenos, além de animais que não se desenvolvem fisicamente por causa de espaços pequenos. 
  • Promover atividades exaustivas ou violentas envolvendo animais; brigas, rinhas, exercícios que levam a exaustão podem causar doenças agudas ou crônicas, que causam sofrimentos terríveis para os animais, como exemplo danos irreversíveis para sistema locomotor ou neurológico.

“Como médico veterinário, penso que quando os animais estão sob responsabilidade de uma pessoa, de uma família ou da sociedade, é preciso compreender que estes animais possuem total direito ao bem-estar animal. É preciso, que nós, seres humanos, como parte desta sociedade tenhamos consciência de nosso papel, como fundamental para garantir este direito aos animais, e que com ações sociais, de engajamento e de muita conscientização, evitemos maus-tratos. A informação, de como cuidar de um animal, de como mediar afeto, de como prover saúde deve ser constante e disseminada ao maior número de pessoas possível”, completa Bruno. 

É importante ressaltar que todas essas ações configuram maus-tratos aos animais e são passíveis de punição legal conforme a Lei Federal nº 9.605/98, que prevê penas de detenção para os infratores, que já foi atualizada para a Lei Federal 14.064/2020. 

Frank Becerra/The Journal News

A Cobasi, contudo, não se limita apenas ao mês do Abril Laranja. Durante todo o ano, a empresa promove ações voltadas para garantir o bem-estar dos animais, abordando temas como guarda responsável, cuidados básicos e dicas para manter a saúde dos pets em todas as fases da vida. 

Como destaca Daniela Bochi, gerente de marketing da Cobasi, “Um dos objetivos do Cobasi Cuida é engajar a população com o bem-estar animal e, por isso, estamos dedicando o mês de abril para esclarecer o que são maus-tratos e como denunciá-los. É fundamental que todos se envolvam na luta contra a crueldade animal.”

Fonte: Cobasi

Xuxa e Junno são embaixadores de campanha para banir gaiolas no Brasil

Campanha Brasil Sem Gaiolas tem por objetivo conseguir apoio para proibir as gaiolas e o confinamento extremo na pecuária
Em 30 de novembro, na Assembleia Legislativa de São Paulo, três importantes organizações de proteção animal: Animal Equality, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e Proteção Animal Mundial, se uniram para lançar a campanha “Brasil Sem Gaiolas”. A campanha tem como objetivo apoiar o Projeto de Lei 5092/2023, que visa proibir, em âmbito federal, a utilização de gaiolas e sistemas de confinamento extremo de animais criados para a alimentação humana e extração de penas e peles.

O casal de artistas e ativistas Xuxa e Junno são embaixadores da Campanha Brasil Sem Gaiolas e gravaram um vídeo pedindo o apoio da população para que o confinamento extremo seja proibido, pois esta é considerada uma das práticas mais cruéis da pecuária. O casal já protagonizou outras campanhas da Animal Equality, como a investigação de galinhas lançada em maio de 2023. 

“Para mim e para o Junno é muito importante contribuir para a causa animal e esta campanha nos sensibilizou por tocar em um ponto muito polêmico, que as pessoas não querem ver: que animais passam suas vidas inteiras presos em espaços minúsculos antes de serem abatidos”, comentou Xuxa. Para Junno, que assim como Xuxa também é vegano, abolir práticas cruéis está ao alcance de todas as pessoas, independente do tipo de alimentação ou estilo de vida. ” Estamos falando de seres que têm sensibilidade e inteligência”, complementou o ator.

Carla Lettieri, Diretora Executiva da Animal Equality, uma das organizações idealizadoras da Campanha Brasil Sem Gaiolas celebrou este momento como um grande passo na luta pelos direitos animais: “Temos certeza de que quando as pessoas tomam conhecimento do que os animais criados para consumo sofrem nas granjas e fazendas industriais, irão tomar uma atitude. Assinar esta petição pode ajudar a mudar significativamente o que os animais enfrentam”.

De acordo com uma pesquisa encomendada pela organização Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal – que também é idealizadora da Campanha – e realizada pelo Instituto Datafolha, 88% dos entrevistados responderam que se importam com o bem-estar animal.

Taylison Santos, Diretor Executivo do Fórum também considera o lançamento da campanha um marco, “A aprovação desse PL é crucial para garantir que o Brasil elimine práticas que são repudiadas pelos consumidores”.

A campanha “Brasil Sem Gaiolas” pretende mobilizar a sociedade e pressionar pelo avanço do Projeto de Lei 5092/2023, que representa um marco na proteção dos direitos animais no Brasil.

Para saber mais e assinar a petição clicando aqui.

Brasil registra aumento no número de cães e gatos abandonados

Mesmo sujeito à prisão, multa e proibição da guarda de animais, crime se tornou comum desde a pandemia e suscita a discussão sobre tutela responsável

A Covid-19 não impactou apenas a saúde pública brasileira. No Brasil, a pandemia fez disparar um tipo de crime: o abandono de cães e gatos. A Amparo Animais, entidade que apoia abrigos e protetores em todo o país, estima um crescimento de 60% nos casos de pets deixados à própria sorte.

As principais “justificativas” para o abandono dos animais de estimação são problemas comportamentais ou mudanças no espaço e na rotina familiar, o que torna a discussão sobre a tutela responsável ainda mais relevante neste 4 de abril, Dia Mundial dos Animais de Rua.

A advogada especialista em Direito Ambiental e Ecologia, Regina Maria Bueno Bacellar, lembra que o crime de maus-tratos aos animais – o que inclui o abandono – está previsto no art. 32 da Lei 9.605/1998 – a Lei de Crimes Ambientais – e diz respeito a animais domésticos ou silvestres, nativos ou exóticos. “Infelizmente a recorrência de práticas cruéis tornou necessária a elaboração de uma nova legislação, a Lei 14.064/2020, conhecida como Lei Sansão. O objetivo foi criar uma forma qualificada de infração penal, reforçando o combate à crueldade contra os animais.”

O dispositivo legal acrescentado à Lei 9.605/1998 prevê pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e vedação da guarda de animais. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada de um terço a um sexto.

“Atualmente, se reconhece a capacidade de sentimento dos animais, como dor, prazer e outras sensações. Essa capacidade, chamada de senciência, mostra o interesse dos animais em permanecer vivos e com qualidade de vida, ainda que não tenham a habilidade de pensar em quantos anos irão viver”, explica a professora do curso de Direito do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das maiores organizações educacionais de ensino superior do país.

Na avaliação da mestra em Direito, a alteração mais significativa da nova legislação ambiental foi a normatização mais abrangente e restritiva de experiências dolorosas ou cruéis com animais. “A vedação dessas práticas não se reduz àquelas desenvolvidas em público ou em local exposto ao público, como na antiga contravenção penal. Agora, esses procedimentos são proibidos e apenados sempre que praticados, seja em público ou em ambiente privado. Neste aspecto o legislador não desconsiderou totalmente os sentimentos dos animais, principalmente seu sofrimento físico e psíquico.”

Como denunciar

Abuso, crueldade e abandono de animais são considerados crimes e, segundo Regina Bacellar, devem ser denunciados à polícia, responsável por formalizar a ocorrência e instaurar um inquérito criminal. Os casos envolvendo animais silvestres podem ser informados diretamente ao Ibama pelo telefone 0800-61-8080 (ligação gratuita) ou pelo e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br.

Outros canais no país são a Polícia Militar (190), Disque Denúncia (181), Ministério Público Federal, Safer Net (crimes de crueldade ou apologia aos maus-tratos na internet, Web Denúncia ou Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa). No Paraná existe ainda a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (41) 3251-6200, e você pode procurar a de sua cidade pela internet.

Tutela responsável

Ter um animal de estimação requer responsabilidade. O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de países com mais pets. O Instituto Pet Brasil estima que a população de animais de estimação chegue a cerca de 150 milhões. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), metade dos lares brasileiros tem cachorros e os sem raça definida (vira-latas) são os mais populares.

A médica-veterinária Ana Elisa Arruda Rocha ensina o que é preciso levar em consideração na hora de ter um animal de estimação. “Em primeiro lugar é necessário estudar a espécie escolhida, conhecer hábitos e necessidades básicas. Depois, avaliar se essas demandas podem ser supridas pela família e pelo ambiente em que o animal será inserido.”

As despesas anuais com alimentação, manejo e cuidados médicos, programados ou emergenciais, também precisam ser compatíveis com o orçamento familiar, levando-se em consideração, inclusive, a expectativa média de vida do animal escolhido. A consultoria de um médico veterinário pode ajudar nesse processo.

Para a professora da disciplina de Clínica Médica de Cães e Gatos e Práticas Veterinárias do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das maiores organizações de ensino superior do país – o fato de os cães sem raça definida estarem na preferência dos brasileiros não muda a responsabilidade do tutor.

“Os cuidados básicos são semelhantes aos que se têm com os cães de raça e estão relacionados à idade, porte e estilo de vida. O que muda no caso dos animais de raça é a necessidade de prevenção e monitoramento de doenças de maior predisposição genética”, diz Ana Elisa.

Ganhos emocionais e psicológicos

Cuidar bem dos animais domésticos não é requisito apenas para o bem-estar deles. Os tutores também são beneficiados com a convivência amorosa. A médica veterinária explica que a interação entre seres humanos e outras espécies é extremamente saudável.

“Temos muito a ensinar e a aprender com os pets quando estamos de coração aberto. Ter um animal de estimação requer respeito e responsabilidade. O animal se sente amado quando pode expressar seus comportamentos naturais. Para um cão, por exemplo, isso significa poder caminhar, interagir com outros cães, roer e cavar. A relação deve ser de mão dupla, o que significa que ambos devem ser respeitados na sua essência”, finaliza a professora Ana Elisa.

Fonte: UniCuritiba

Grupo Petz suspende venda de coelhos na Páscoa

O Grupo Petz, maior e mais completo ecossistema pet do país, vai suspender, mais uma vez, a venda e adoção de coelhos em suas lojas no período da Páscoa. Com o objetivo de conscientizar e reforçar a preocupação com a posse responsável desses bichinhos, a marca vai retirar entre os dias 27 de março até 10 de abril os animais em exposição. Serão ao todo 117 lojas com suspensão da venda e adoção dos coelhos no Grupo Petz, prezando assim pela diminuição do número de abandono desses animais após o feriado de Páscoa.

A iniciativa visa trazer luz sobre a percepção de que todo animal necessita de cuidados e atenção e, por esta razão, segundo informações do GAC (Grupo de Apoio aos Coelhos), passado o período da Páscoa o abandono dos bichinhos aumenta consideravelmente. Ao longo dos últimos meses, foram adotados 12 coelhos pelo Programa Adote Petz em parceria com o GAC.

“Há alguns anos a Petz realiza essa ação na época da Páscoa, uma data em que os coelhos estão nos holofotes e as pessoas ficam animadas para adquirir o bichinho. Mas uma coisa é o coelho de brinquedo ou de chocolate, outra coisa é o ser vivo que necessita de cuidados e atenção redobrada. Coelhos são animais supercompanheiros, brincalhões e que possuem personalidades únicas, assim como os cães e gatos. No entanto, muita gente tem dúvida sobre como funciona a adoção de coelhos. Nossa recomendação é que, primeiramente, o tutor interessado procure a equipe técnica do Programa Adote Petz, para sanar as dúvidas sobre adoção de um novo animal. Havendo interesse na adoção, encaminhamos à ONG parceira para seguir com o processo de entrevista e orientações”, avalia Giulliana Tessari, gerente técnica do Grupo Petz.

Além da retirada desses animais em loja, o Grupo Petz preza pela comunicação transparente com os seus clientes, não apenas retirando os animais dos recintos, mas também sinalizando com comunicação no local sobre o objetivo por trás dessa retirada. Além disso, por meio de um QR Code disponível no local, é possível acessar o Blog da marca e entender melhor sobre os cuidados com essa espécie tão especial.

Fonte: Grupo Petz

Bairro da zona sul de São Paulo cria ONG para resgatar, tratar e encaminhar animais abandonados à adoção

ONG Hope de Proteção Animal busca apoio para fortalecer e ampliar o trabalho

Em julho de 2022, uma nova ONG foi oficializada para resgatar, tratar e encaminhar para adoção cachorros abandonados e que sofreram maus-tratos. Trata-se da Hope de Proteção Animal, iniciativa de um grupo de moradores do Jardim Consórcio, bairro da zona sul de São Paulo.

O trabalho começou de forma despretensiosa há menos de um ano. Na ocasião, aconteceu o primeiro resgate: um cão idoso abandonado sem nenhum movimento nas quatro patas, com vários problemas de saúde. “Todos os custos do tratamento foram quitados por meio de rifas. Depois disso, diante de tantos pedidos de ajuda, não paramos mais”, diz a presidente da ONG, Paula Thomaz.

Segundo Paula, até o momento, 42 animais, entre cães e gatos, foram salvos do abandono e dos maus tratos. “Eles encontraram um lar onde viverão com tudo o que desejamos para eles: proteção, amor, cuidados e uma família!”

O cenário, no entanto, é assustador. Há muitos casos de abandono e maus-tratos de animais. “Há muitas pessoas que, quando estão diante de um problema, descartam seus animais de estimação como se fosse lixo”, diz a presidente. “No entanto, precisamos nos fortalecer e obter mais recursos para que o nosso trabalho tenha o impacto desejado”.

A ONG Hope de Proteção Animal realiza campanhas de captação de recursos, doação de ração para os resgatados e para as pessoas que ajudam oferecendo um Lar Temporário (LT). Além disso, aceita produtos novos ou usados em bom estado para a realização de bazares on-line que acontecem semanalmente, via grupo de WhatsApp.

A diretoria da ONG é composta por quatro pessoas. Além de Paula, fazem parte: Priscila Schparinger (Vice-presidente), Andrea Alves (Tesoureira) e Sandra Babesco (Conselho). Há voluntários que ajudam na realização de eventos, captação de recursos, venda em bazares (on-line e presencial) e rifas. “Até o momento, os recursos vêm dessas fontes, pois nenhum tratamento é negado ao animal quando chega na clínica Pet Zen, responsável pelos cuidados dos resgatados”, informa Paula. “Sabemos que podemos fazer mais, mas precisamos de ajuda”, completa.

ONG Hope de Proteção Animal
Instagram: @hope_protecaoanimal
Facebook: http://www.facebook.com/hopeprotecaoanimal
PIX para ajuda: 47253630000131 (CNPJ)

Já está no ar a minissérie “Animais sem Lar” do cineasta André Bushatsky pelo Prime Box Brasil

Primeira série documental de Bushatsky traz um novo olhar sobre a causa da defesa animal

A vida do ser humano com os animais remete aos tempos pré-históricos, onde a vivência de um dependia do outro. Desde então, esses laços entre homens e bichos cresceram ao ponto de existir uma relação de amor e afeto, transformando os animais de estimação e seus donos em uma família. Mas, infelizmente, nem só de respeito e cuidado é esta relação, e é esse universo vasto que será retratado na série documental “Animais sem Lar”.

Com direção André Bushatsky e produção executiva de Rogerio Garcia, a série documental “Animais sem Lar” traz um novo olhar sobre as relações entre os humanos e seus animais. Com depoimentos de especialistas, representantes de entidades de recolhimento de animais, profissionais do poder público, tutores de animais e ativistas – como a apresentadora Luisa Mell – a minissérie retrata a realidade da causa animal no Brasil, não apenas nas ações positivas de resgate e conscientização, mas reitera a necessidade de políticas públicas contra a crueldade com os animais, retratando casos que marcaram a mídia brasileira e o que tem sido feito até hoje via governantes para que isso seja evitado.

Sendo o Brasil hoje o 2º maior mercado PET do mundo, o país ainda recebe nota C no índice de Proteção Animal mundial, e é comum casos de violência e abandono contra animais todos os dias no noticiário. Assistir aos depoimentos de “Animais sem Lar” nos dá uma noção ampla do que tem sido a luta da causa animal no país, quais as vitórias alcançadas e o longo caminho a ser percorrido.

Como por exemplo as histórias das tutoras Patrícia e Glauce Gabriele. Patrícia adotou o cão Davi, para ajudar no desenvolvimento do pequeno Arthur, que nasceu com síndrome de Down. Dia a dia a mãe nota os avanços do filho, especialmente na relação com Davi, nas brincadeiras e na forma de Arthur demonstrar afeto ao cachorro. Já Glauce conta sua experiência como tutora de dois cães cadeirantes, que tantas vezes são rejeitados, mas que podem manter uma vida plena com o dono certo.

Já os depoimentos de Alessandro Desco, da ONG Pit’s Ale, e da ativista Luisa Mell, mostram o quanto a crueldade com os animais ainda é uma crescente e muitas vezes fica impune. Alessandro resgata animais da raça pit bull, geralmente em estado deplorável por serem usados em rinhas clandestinas. E Luisa Mell estampou as manchetes nacionais, ao denunciar o Instituto Royal, que mantinha mais de 170 cachorros em condições de tortura para testes científicos.

A série, composta de 5 episódios, estreou ontem, dia 04 de abril (segunda-feira), às 21h, e terá um novo episódio toda semana pelo canal a cabo Prime Box Brasil, disponível para os assinantes da Sky, Claro TV e Vivo TV, e via streaming pelo Box Brasil Play. Para assistir ao teaser da série, clique aqui.

André Bushatsky é escritor, roteirista e cineasta, acumula documentários exibidos no cinema, no streaming, no Centro Cultural Banco do Brasil e no Canal Brasil, entre eles “A História do Homem Henry Sobel” e “Tão Perto, Tão Longe”, além de roteiro para a animação “Miss Dollar”, premiada no Festival Internacional de Cinema Infantil. Também assinou a direção de programas para Disney Channel, roteiros para o desenho “Peixonauta” do canal Discovery Kids, além de realizar trabalhos de publicidade e conteúdo.

Seus projetos mais recentes incluem a publicação do livro “Moridea”, pela editora Patuá, a direção do filme “Domingo à Noite”, com Marieta Severo e Zécarlos Machado, e o documentário “Brasileiríssima” sobre o impacto cultura e social das telenovelas, em coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil que será lançado ainda este ano.

Animais sem Lar – 5 episódios
Roteiro: Rogério Garcia e André Bushatsky
Exibição: toda segunda-feira, a partir das 21h no canal Prime Box Brasil

Número de animais de estimação em situação de vulnerabilidade mais do que dobra em dois anos, aponta pesquisa do IPB


 De 2018 para 2020, pets em condição vulnerável subiram de 3,9 milhões para 8,8 milhões; levantamento faz raio-X da proteção animal no país
 

O número de animais de estimação em condição de vulnerabilidade mais do que dobrou no Brasil entre os anos de 2018 e 2020. Esse é um dos resultados da mais recente pesquisa ACV (Animais em Condição de Vulnerabilidade), realizada a cada dois anos pelo IPB (Instituto Pet Brasil). 

No primeiro levantamento, que teve como ano base 2018, o número de animais em condição de vulnerabilidade chegou a 3,9 milhões no país. Já em 2020, ano do início da pandemia, esse número saltou para 8,8 milhões – um crescimento de 126%. 

A pesquisa considera como ACVs aqueles que vivem sob tutela das famílias classificadas abaixo da linha de pobreza, ou que vivem nas ruas, mas recebem cuidados de pessoas ao redor. Do total da população ACV, cães representam 69,4% (6,1 milhões), enquanto os gatos correspondem a 30,6% (2,7 milhões). Em 2018, cães eram 69% (2,69 milhões), enquanto os gatos correspondiam a 31% (1,21 milhão). 

Para fins de comparação, a população pet no Brasil é de cerca de 144,3 milhões de animais, entre cães, gatos, peixes, aves e répteis e pequenos mamíferos. A maioria é de cachorros (55,9 milhões) e felinos (25,6 milhões), num total de 81,5 milhões de animais. Desses, 10,8% são Animais em Condição de Vulnerabilidade, o que representa os 8,8 milhões de pets.
 


Não estão incluídos entre os ACVs os resgatados por maus-tratos e abandonados, que são aqueles que vivem por um determinado tempo sem um tutor definido. A maioria dos pets abandonados e animais resgatados por maus-tratos vive sob tutela de organizações não governamentais (ONGs). Percebe-se claramente uma mudança no perfil das ONGs, verificando que hoje elas detêm, em seu poder, uma proporção maior de animais resultados de maus-tratos, perto de 60%, e os 40% restantes são resultados de abandonos. 

Proteção animal no Brasil

O levantamento do Instituto Pet Brasil apurou a existência de 400 ONGs atuando na proteção animal – em 2018 o número era de 370. Das entidades funcionando hoje, 45%, ou 180 ONGs, estão na região Sudeste, seguida pelas regiões Sul (18%), Nordeste (18%), Norte (12%) e, por fim, Centro-Oeste (7%). Essas instituições tutelam mais de 184 mil animais. Desses, 177.562 (96%) são cães e 7.398 (4%) são gatos. 

As ONGs e protetores forneceram informações diversas sobre a sua capacidade de acolhimento e o acolhimento real do momento. Com base nesses dados, o IPB classificou as entidades e estimou sua capacidade máxima de acolhimento. As de pequeno porte conseguem abrigar até cem animais, as de médio porte, de 101 a 500, e as de grande porte abrigam mais de 501 animais. 

O acolhimento máximo foi estimado de acordo com os critérios de classificação definidos pelo Instituto Pet Brasil, com base nesses critérios e observando as características das ONGS. 

O Brasil possui hoje 184.960 animais abandonados ou resgatados por maus-tratos, sob a tutela das ONGs e grupos de Protetores. Dos mais de 184 mil animais tutelados, 177.562 (96%) são cães e 7.398 (4%) são gatos. Os abrigos de médio porte destacam-se por tutelar mais de 60 mil animais. Portanto, são responsáveis por mais de 40% da população de pets disponíveis para adoção. 

De acordo com os dados, 0,23% da população total de cães (de 55,9 milhões) e de gatos (de 25,6 milhões) evolui efetivamente para a condição de abandono. Segundo esses números, 2,1% dos animais em condição de vulnerabilidade evoluem para o abandono completo.
 


Vacinação

Dados divulgados pelo IBGE apontam que cães e gatos estão presentes em 50% dos lares brasileiros. Esses domicílios colaboram com a vacinação de cerca de 72% da população total de cães e gatos no país. Estima-se que, em 2020, mais de 60 milhões desses animais foram vacinados em todo o território nacional. 

Esse resultado indica que aproximadamente 21,5 milhões deles não foram imunizados contra raiva. A região com índice de vacinação mais alto é a Sudeste, com 84%, seguida da Centro-Oeste (82%), da Nordeste (70%), da Norte (67%) e da Sul (63,5%). 

Sobre o Instituto Pet Brasil

O Instituto Pet Brasil (IPB) nasceu em 2013 para estimular o desenvolvimento do setor Pet, composto pelos pilares criação, produtos e serviços para animais de estimação. A entidade lidera projetos de fomento ao conhecimento, ao empreendedorismo e à inovação, com o objetivo de profissionalizar toda a cadeia Pet. Nosso objetivo é construir um setor mais profissionalizado, e fortalecer a relação entre seres humanos e animais de estimação, que comprovadamente é benéfica para a saúde e o bem-estar de ambos.

O IPB disponibiliza informações relevantes para o setor, bem como promove a capacitação das empresas brasileiras, gerando mais competitividade e, com isso, serviços cada vez melhores para os nossos melhores amigos.

Maus-tratos contra animais crescem 15,6% durante a pandemia; veja como denunciar

Em SP, lei determina que condomínios denunciem problema; Graiche explica como proceder

Casos de maus-tratos contra animais cresceram durante a pandemia. Dados mais recentes da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa) da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, mostram que, de janeiro a novembro de 2021, foram registradas 16.042 denúncias de crimes contra cães, gatos e outras espécies de estimação. No mesmo período de 2020, foram 13.887, um aumento de 15,60%.

Em 17 de dezembro, foi publicada no Diário Oficial de São Paulo lei que obriga condomínios residenciais ou comerciais em todo o estado a denunciar maus-tratos contra animais. A partir da data da publicação, o Executivo de São Paulo tem o prazo de 30 dias para regulamentar a legislação.

De acordo com o texto, quando a ocorrência estiver em andamento, síndicos ou administradores devem realizar a denúncia de imediato aos órgãos de segurança pública, por meio de ligação (190) ou aplicativo.

Quando a violência já ocorreu, o registro deve ser feito em até 24 horas após a ciência do fato pelo síndico, por meio eletrônico, como o portal da Depa, ou em qualquer Delegacia da Polícia Civil.

“A denúncia deve ter a maior quantidade de informações possível, como identificação, contato e endereço dos tutores, raça e características do animal e detalhes das provas ou indícios dos maus-tratos”, explica Luciana Graiche, vice-presidente do Grupo Graiche, empresa que administra quase 800 condomínios, com mais de 90 mil unidades de apartamentos.

Ainda de acordo com a lei, cartazes e placas com a divulgação da lei devem ser fixados nas áreas comuns, incentivando os condôminos a notificarem à administração quando suspeitarem de algo. Os trechos que previam multas em caso de descumprimento da lei e o que indicava a fiscalização pela administração pública foram vetados.

O que pode ser considerado maus-tratos

Segundo o artigo 32 da lei 98/9.605 (alterado pela Lei 14.064 de 29 de setembro de 2020), ao praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, a pena é detenção de três meses a um ano, e multa. O mesmo ocorre para quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

Quando se tratar de cão ou gato, a pena será de reclusão, de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Luciana pontua que sair para trabalhar e deixar os animais dentro de casa e sozinhos, não é considerado maus-tratos. “Isso é algo que acontece com a maioria da população economicamente ativa. Maus-tratos é qualquer ato de violência e de negligência que provoque dores e/ou sofrimento aos animais, a privação de direitos que prejudiquem a integridade física e mental, como falta de comida, água, falta de higienização e sem abrigo do sol e chuva”, fala a vice-presidente do Grupo Graiche.

“Deixar o animal por dias a fio, como em viagens do tutor, sozinho sem água e comida é classificado como maus-tratos, principalmente se o bichinho ficar com o espaço limitado apenas na varanda”, completa.

Fonte: Grupo Graiche

Saiba como contribuir no combate ao abandono animal


Mars Petcare lidera ações de conscientização para o tema no mês em que cresce número de cães e gatos abandonados

Dezembro é o mês em que historicamente há um aumento no número de animais abandonados, um reflexo das festas de fim de ano e do período de férias. E é por isso que a Mars Petcare, referência na qualidade de alimentos e promoção do bem-estar para cães e gatos e líder da categoria, apoia o Dezembro Verde, movimento para conscientizar a população sobre a importância desse tema. Durante todo o mês, a companhia vem atuando em ações que ajudam a divulgar a causa. Para o início de 2022, a companhia divulgará pela primeira vez dados sobre o retrato do abandono animal no país.

Tanto o Dezembro Verde como o levantamento são ações atreladas ao movimento global End Pet Homelessness, lançado pela companhia. A iniciativa engloba três compromissos: incentivar a castração de animais, garantir que os abrigos para animais abandonados sejam uma solução temporária e fazer com que cidades e estabelecimentos se tornem cada vez mais pet friendly”.

“O abandono animal é uma realidade e sua resolução depende do envolvimento de todos. Temos orgulho de estarmos estimulando regionalmente a criação de um ecossistema colaborativo em torno da causa, com a contribuição de setores do poder público e também da sociedade civil. Cada pessoa pode, sim, ajudar nessa causa”, diz Marcela Cerda, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da Mars.

Veja abaixo dicas de como contribuir para o combate do abandono animal, desenvolvidas pela Mars PetCare em parceria com a Ampara Animal, organização parceira no projeto Pedigree Adotar É Tudo de Bom.



1. Alerte sobre a importância da guarda responsável e adoção consciente. A adoção é uma decisão importante que precisa ser pensada com carinho e exige cuidados. Sempre que compartilhar um pet para adoção, lembre-se de frisar isso.

2. Se você pensa em adotar e/ou conhece alguém que esteja planejando isso, compartilhe programas e iniciativas reconhecidas, como Pedigree Adotar é Tudo de Bom. Informação de qualidade faz toda a diferença.

3. Não tem como adotar um pet, mas adoraria ajudar um? Alguns abrigos temporários possuem programa de apadrinhamento. Você ajuda financeiramente e pode visitá-lo enquanto ele não encontrar uma nova família.

4. Incentive e apoie campanhas de castração. Ações de controle reprodutivo de cães e gatos ajudam a evitar o abandono e controlam de maneira humanitária as populações de animais que vivem nas ruas.

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5. E lembre-se, ajude uma ONG da sua região, seja com doações de alimentos ou divulgando os pets disponíveis para adoção. Vamos com a gente

Fonte: Mars Petcare

Relatório expõe falta de políticas de bancos para impedir investimentos na crueldade animal

Um novo relatório publicado neste dia 6 de dezembro pela ONG internacional Sinergia Animal e o empreendimento social Shifting Values mostra que quase metade dos bancos e investidores avaliados não possui políticas que previnem as piores formas de crueldade animal nas decisões sobre empréstimos e financiamentos.

O documento, publicado em conjunto com a plataforma interativa Banks for Animals, avaliou as políticas de 69 bancos e investidores de 19 países diferentes em cinco continentes (Ásia, Europa, América do Norte, Oceania e América do Sul).

Desses, 90% obtiveram menos da metade da pontuação máxima, que segue 21 critérios como a proibição de mutilações e o confinamento de animais da pecuária em gaiolas, do teste de animais e do comércio de animais silvestres. Quase metade das instituições não conseguiu um ponto sequer.

“Nós estamos pedindo que os bancos adotem políticas mais rigorosas para prevenir algumas das piores crueldades praticadas contra os animais. Isso não só é de uma importância crucial para os animais, como também uma estratégia de minimização de riscos para as próprias instituições”, explica Merel van der Mark, gerente de finanças e bem-estar animal da Sinergia Animal, uma organização internacional de proteção animal que trabalha em países do Sul Global pela redução do sofrimento de animais da pecuária e a promoção de escolhas alimentares mais saudáveis. Ela afirma que a conexão com o financiamento da pecuária intensiva, por exemplo, pode oferecer sérios riscos de reputação.

No Brasil, o projeto avaliou 5 bancos — Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, BTG Pactual e BNDES — e concluiu que, em média, obtiveram pontuação de 4,2% (1,8, de um total de 42 pontos). Além desses, alguns bancos estrangeiros que operam no país, como o Santander, também foram analisados.

Nenhum banco pontuou em critérios específicos de bem-estar animal. O Banco do Brasil obteve um ponto por definir restrições ao uso de engenharia genética em animais e todos os bancos receberam um ou dois pontos por possuírem uma linha financeira especial que promove sistemas de produção alimentar sustentáveis e amigáveis aos animais.

“É muito preocupante ver que esses bancos, principalmente aqueles com maior exposição à pecuária, como bancos rurais ou da agricultura, não dispõem de políticas importantes em relação ao bem-estar animal. Como políticas que recusem o financiamento de operações que confinam animais em gaiolas minúsculas e os mutilam sem anestesia ou analgésicos. Ainda há muito espaço para melhorias”, afirma Merel.

Mais transparência no setor financeiro

O objetivo do projeto Banks For Animals é ampliar a transparência no setor financeiro, encorajar instituições financeiras privadas a adotarem políticas que visem melhores práticas em relação aos animais e oferecer apoio à transição a sistemas de alimentação baseados em vegetais.

Políticas que fomentam o bem-estar animal e a alimentação vegetal funcionam como protocolos que guiam a decisão de cada banco sobre onde investir seu dinheiro. Se a instituição possui uma política de bem-estar animal rigorosa, isso significa que ela não deve financiar certas práticas e atividades consideradas cruéis com os animais.

O mesmo já aconteceu em outras áreas consideradas sensíveis, como os direitos humanos e o meio ambiente. “Os bancos já estão muito mais avançados quando se trata de políticas relacionadas aos combustíveis fósseis ou ao desmatamento. Esperamos que este relatório irá encorajá-los a também progredir em relação aos animais”, comenta Merel.

Plataforma interativa permite que usuários enviem mensagens pedindo melhores políticas a seus bancos

O site Banks for Animals fornece as redes sociais e outros meios de contato dos bancos para que seus clientes possam enviar mensagens demandando melhores políticas ou parabenizar aqueles que já aplicam bons parâmetros.

O site também oferece aos usuários um ranking atualizado da pontuação de cada banco em relação a políticas de bem-estar animal e um sistema de comparação entre diferentes instituições, o que pode ser útil para quem for decidir de qual banco quer ser cliente.

“Os bancos usam o nosso dinheiro para fazer investimentos. Eles guardam o dinheiro que os clientes mantêm em suas contas e ao mesmo tempo oferecem crédito a negócios e outras pessoas na forma de empréstimos. Esses empréstimos podem ser usados para uma variedade de propósitos, incluindo aqueles que podem ser extremamente nocivos aos animais”, explica Merel.

O site foi desenvolvido em parceria com a Tech to the Rescue, Gerere e Netguru. “Ele faz parte de um programa de voluntariado que procura demonstrar como a tecnologia pode ser usada pelo bem, para a construção de um mundo melhor”, afirma Jacek Siadkowski, diretor geral da Tech To The Rescue. A plataforma está hospedada com licença de código aberto. Ou seja, seu código pode ser reproduzido gratuitamente em outros contextos, e foi assim planejado para incentivar a inovação no terceiro setor.